Nacional!
3º lugar!
Mais uma vez restringo-me a um 3ºlugar, e mais do que pelo mérito do meu adversário acredito que tenha sido por meu desmérito, não que não tivesse vontade de ganhar, estava tranquilo, não excessivamente confiante, conhecedor do valor do adversário e por isso com cautela.
O combate é longo, tem de se esperar pela altura certa para marcar, não nos devemos precipitar nem tardar demasiado a conseguir uma vantagem, um equilíbrio díficil entre saber esperar o momento certo para atacar e marcar vantagem, no combate decisivo perdi noção do tempo, muito por culpa do ritmo que entregámos ao combate e da paragem ao meio, acabei como começei sem estar cansado e com o marcador a zero, por culpa minha perdi.
O resto não interessa, não me serve o terceiro lugar como muito proavelmente não me serviria o segundo ou quem sabe até o primeiro, mas não obstante era aí que sonhava chegar. As opções que tomo não são propriamente pró-judo, tenho em noção que o facto de estar em Barcelona não me ajuda em nada nesta época que se aproxima, pelo menos com a federação que temos em Portugal, não é pela disponibilidade que dou ao Judo mas sim pela política levada pela federação.
Porque não estão predefinidas as vagas ás competições internacionais? à muito que já se encontram programadas, a federação sabe qual o orçamento que tem para uma época, então que marque o primeiro vai a X provas, o segundo vai a Y, os terceiros a Z provas, a exemplo daquilo que se faz no país vizinho.
Seria tudo muito mais fácil, toda a gente já sabia com que contar, podiam programar a época competitiva de forma a se encontrarem no pico de forma na competição a que estavam incubidos de ir, mas isto é o que não lhes convém, o judo é feito de incertezas, até o combate acabar tudo pode acontecer, já vi atletas com longos cúrriculos perderem com outros totalmente desconhecidos, já vi ganhar ao último segundo.
Num desporto assim tudo pode acontecer, mas é contra isto que a federação e os treinadores nacionais vão, eles querem certezas, escolhem um predestinado e é esse perdendo ou ganhando que é o melhor, se ganha é a confirmação , se perde é algo que pode acontecer mas não existem grandes preocupações para os intocáveis.
Isto leva que na realidade o Judo em Portugal seja feito de atletas de topo e atletas mediocres que aspiram nada mais que, uma participação no Nacional! Que ficam contentes com uma medalha, pois grande feito!!!
O Judo é muito mais do que competição, os clubes não conseguem ter classes de manutenção para as pessoas que não querem mais do que se divertir e fazer um pouco de desporto, pelo grau de exigência não se consegue cativar os miúdos para fazerem Judo pelo prazer, muitos acabam por desistir pois se não gostam de competição fácilmente deixa de haver espaço para eles nos clubes que só estão virados para esta.
O Judo competitivo por seu turno é muito mais que o Camp Nacional, são todos os torneios internacionais e no pico os Camp da Europa, Mundo e Jogos Olímpicos; Para estes sim se deve treinar e a Federação deve trabalhar no sentido de ter mais do que um atleta de topo, pois em Portugal isto está mais delegado ao atleta do que à federação, se queres ser bom claro está, a iniciativa tem de partir de ti, depois tens de ter um bocadinho de sorte, investir do teu bolso primeiro e tirar resultados, só depois de estares no topo por ti. a federação olhará para ti, isto se por “simpatia” não tiveres caído nas graças da federação antes, depois de estares no topo pode acontecer que nunca caias nas graças da federação e aí a luta continua.
No balneário conversava-se sobre a dificuldade de compatibilizar uma carreira de nível internacional com a prática quer profissional, quer universitária! Poderia dar exemplos, quase todos fazem um ano sabático quando estão em preparação para uma grande competição, pois isso trás muitas implicações, nem toda a gente se pode dar ao luxo de o fazer, especialmente quando se tem uma carreira longa, que se torna ainda mais longa pelo atrasar da entrada no curso e pelos escassos rendimentos que advêm da prática de Judo!
Mas felizmente continuo a divertir-me e a praticar. Para o ano estarei por algumas competições e seguramente pelo nacional! Aqui vou dando notícia.
4 Comments:
Tens toda a razão e de certo que com um treinador na cadeira não tinhas perdido o combate pois tinha dado mais indicações para atacar. Faltou o ranger dos dentes. Enfim foi pena, para o ano há mais.
Em relação à federação tens toda a razão, não há uma estrutura profissional que trate os atletas como profissionais, é pena, talentos não faltam.
Abraço
É bem verdade a Federação não serve os interesses das Associações que por sua vez não servem os interesses do Judo que com os seus atletas é o principal prejudicado. Uma estratégia assente na formação e na promoção do talento, uma visão mais abrangente do Judo enquanto desporto daria oportunidade de surgirem mais clubes em força. Mas continua a apostar-se na geração espontânea e a contentarmo-nos com dois ou três pontas e a chorar por sermos um país pequeno. O Futebol tem muitos maus exemplos e não é exemplo para ninguém, mas veja-se os frutos que a formação dá no Sporting, que nos últimos anos tem baseado aí a sua aposta, ao contrário de apostar apenas em atletas já formados e muito mais dispendiosos. A formação pertence aos clubes e tem de ser de excelência, por isso apoiada por associações e federação. A canalização de dinheiros para a alta competição é muito boa para o Marketing, mas que frutos dará a médio e longo prazo.
A competição tem de existir mas com clubes fortes e capazes de criar atletas com nível, capazes de dar competitividade a um campeonato nacional muito pouco interessante, onde a surpresa surge com a derrota de alguns favoritos, mas que não dá hipótese aos vencedores de realmente mostrarem depois o seu talento.
Isto dá pano para mangas mas fico-me por estas 3 linhas ;)
Ah, e o 1º classificado é atleta de alta competição mas o 2º e 3º não valem nada, será que o potencial destes atletas se mede assim. A selecção nacional é uma selecção ou apenas uma lista, é que parece-me que o seleccionador, faz apenas trabalho de treinador e não selecciona grande coisa.
Que desabafo...
Mas, no país em que vivemos, o desporo é mais um espelho da realidade...
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